Malmequeres // Revolve // setembro de 2017
7.0/10
Se gostam de Capitão Fausto, Tame Impala ou Mac DeMarco, são de Lisboa, estão comprimidos numa faixa etária entre os 16 e os inícios dos 20 anos e precisam de uma soundtrack para dar vida aos vossos headphones e às viagens pendulares do quotidiano não procurem muito mais longe.
© Maria Inês Peixoto |
Alex Chinaskee (nome artístico que amálgama os nomes do vocalista dos Arctic Monkeys, Alex Turner, e do alter ego literário do escritor Charles Bukowski, Henry Chinaski) e Os Camponeses constituídos por Trovador Falcão (David Simões), SunKing (Luís José Tojo) e Ricardo Oliveira, estreiam-se assim com o seu primeiro álbum de longa duração, Malmequeres, que conta com a produção de Filipe Sambado.
Ao longo das sete músicas, que se estendem ao longo de 35 minutos, é fácil perceber onde esta jovem banda quer chegar. Apresentam-se sem grandes preocupações, descomplicados, com sintetizadores psicadélicos a acompanhar, que invocam a imagem da falha dos dentes de Mac DeMarco. Esta influência é bastante evidente tanto no single “Dia de Praia” como na faixa homónima “Mal Me Queres”, com guitarras carregadas de Chorus.
Por vezes, um fuzz mais assanhado mostra as garras das guitarras, caso dos momentos iniciais de “Odor”. Apesar da paixão pelo neo-psicadelismo deste novo século, Chinaskee não se esquece de outra grande influência bastante mais enérgica, caso dos Stooges. A lírica do álbum não apresenta novidade nenhuma para quem já ouviu Capitão Fausto ou as suas bandas descendentes, como por exemplo, os Ganso com as suas rimas fáceis, abordando temas como o amor numa visão bastante adolescente, “Estamos juntos // Tu dás-me a mão // Dás-me beijinhos // Até mais não”.
O lo-fi, dream popiano, com pinceladas de surf rock e pop psicadélico de Chinaskee e companhia peca pela sua estreia tardia, pois este era um álbum perfeito para acompanhar muitos moços no seu verão. Contudo, fora deste paisagem idílica, este álbum acaba por soar um pouco descontextualizado, repetitivo e cansativo. Quando a tua vontade é ser o Alex Turner, o Julian Casablancas, o Mac DeMarco, os Capitão Fausto, o Iggy Pop, podes acabar por te esquecer quem realmente és. Fica um apelo que para os próximos trabalhos a banda apresente uma maior identidade e personalidade
Apesar da clara evolução do material anterior para este longa duração, os jovens ainda têm muito para evoluir e criar um som próprio que afaste todas as comparações a outras bandas e artistas, para que de uma vez por todas possamos dizer “Isto soa a Chinaskee” e não a apontar todas as influências que a banda tanto abraça.
O lo-fi, dream popiano, com pinceladas de surf rock e pop psicadélico de Chinaskee e companhia peca pela sua estreia tardia, pois este era um álbum perfeito para acompanhar muitos moços no seu verão. Contudo, fora deste paisagem idílica, este álbum acaba por soar um pouco descontextualizado, repetitivo e cansativo. Quando a tua vontade é ser o Alex Turner, o Julian Casablancas, o Mac DeMarco, os Capitão Fausto, o Iggy Pop, podes acabar por te esquecer quem realmente és. Fica um apelo que para os próximos trabalhos a banda apresente uma maior identidade e personalidade
Apesar da clara evolução do material anterior para este longa duração, os jovens ainda têm muito para evoluir e criar um som próprio que afaste todas as comparações a outras bandas e artistas, para que de uma vez por todas possamos dizer “Isto soa a Chinaskee” e não a apontar todas as influências que a banda tanto abraça.
Texto por: Hugo Geada.
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