No passado dia 18 de abril, o Hard Club recebeu os Soviet Soviet. A última vez que vimos o trio foi nos Maus Hábitos, na digressão de apresentação de Fate. Em 2017, eis que a banda voltou ao nosso país para nos apresentar Endless, o seu mais recente trabalho, naquela que é a mesma digressão que valeu aos Soviet Soviet grande atenção mediática devido à interrupção forçada da extensão norte-americana da mesma.Isto porque desde o dia 6 de março do presente ano, tornou-se mais difícil para um músico atuar nos EUA. Foi nesse dia que Donald Trump decidiu reforçar o controlo sobre a imigração, implementando novas directrizes.
E no rescaldo de um episódio que aparentemente se desenrolou com culpas de ambas as partes, os Soviet Soviet foram barrados de entrar nos EUA, presos e, finalmente, deportados. Cabe-nos a nós dizer apenas o seguinte: os EUA é que perdem. Os italianos continuam explosivos e a deixar-me surdo sempre que eu os vejo ao vivo. O baixo do Andrea continua a soar incrivelmente bem, ainda que neste último trabalho a instrumentação tenha perdido destaque para dar maior presença aos vocais. Espero sinceramente que esta tendência não se mantenha. Ninguém ouve os Soviet Soviet para ouvir baladas, mas sim para ouvir o post-punk mais sujo e rápido que se produz no mediterrâneo. Os Soviet Soviet são os herdeiros legítimos dos Bauhaus e dos Jesus and Mary Chain. Nenhuma parte dessa herança deve traduzir-se em baladas e muito menos, baladas que nos privem de ouvir o baixo do Andrea, que é praticamente o quarto elemento dos Soviet Soviet.
Em suma: deixem-se de baladas e continuem com o gesso.
E nunca se esqueçam: cá, serão sempre bem vindos.
Obrigado mais uma vez à MIMO por continuar a apostar na diferença da oferta musical.
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